4 Pilares do bem-estar dos colaboradores
23 de Julho, 2025
O bem-estar dos colaboradores está a assumir um papel cada vez mais central nas empresas. Há uma convicção, cada vez mais generalizada, de que a promoção consistente do bem-estar tem um impacto positivo nas pessoas e, consequentemente, na organização.
Por um lado, os trabalhadores sentem-se mais satisfeitos, mais motivados e mais envolvidos. Por outro, as empresas registam níveis mais elevados de produtividade, de rentabilidade e um turnover mais reduzido.
No entanto, apesar desta crescente consciencialização, muitas organizações ainda lutam para criar estratégias de bem-estar que tenham um impacto significativo e duradouro.
Para que isso aconteça, os responsáveis devem reconhecer que o bem-estar depende de vários fatores e está assente em diferentes pilares.
1 – Bem-estar físico
Este pilar está ligado à atividade física, à nutrição, ao sono e aos hábitos gerais que sustentam um estilo de vida saudável. As empresas devem ter um papel ativo na promoção do bem-estar físico, uma vez que vários estudos demonstram que a atividade física influencia positivamente a saúde mental, melhora o humor, a autoestima, e reduz o stress.
Como tal, algumas das iniciativas que podem ser consideradas numa estratégia global de bem-estar são:
- Incentivar e facilitar o acesso a uma alimentação saudável e nutritiva, bem como a uma hidratação adequada;
- Promover momentos de pausa ao longo do dia;
- Dinamizar atividades que vão ao encontro das diferentes preferências e interesses (por exemplo, caminhadas, alongamentos, aulas de diferentes modalidades, torneios desportivos, etc.);
- Tornar mais acessível o acesso a ginásios e outras estruturas desportivas, através de descontos ou protocolos;
- Disponibilizar recursos educativos e realizar sessões com especialistas nas áreas da atividade física, do sono e da nutrição.
2 – Bem-estar mental
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 15% dos adultos em idade ativa tinham uma perturbação mental em 2019.
As entidades empregadoras devem assumir a responsabilidade de assegurar o bem-estar mental e emocional dos seus colaboradores. Esse compromisso envolve dois eixos de atuação:
- Por um lado, mitigar eventuais estigmas e preconceitos em relação à doença mental e reduzir as barreiras no apoio a estes colaboradores;
- Por outro, prevenir os riscos de doença mental associados ao trabalho.
O bem-estar mental no local de trabalho depende diretamente de um ambiente de trabalho saudável, da cultural organizacional e da liderança.
As organizações precisam de desenvolver esforços no sentido de construir uma cultura organizacional segura e inclusiva, na qual as pessoas possam expressar as suas preocupações e dificuldades.
Além disso, devem fornecer ferramentas que permitam aos colaboradores lidar com a ansiedade e devem ser um agente ativo na prevenção do burnout.
3 – Bem-estar financeiro
O estudo Bem-Estar Financeiro em Portugal: Uma Perspetiva Comportamental, de 2024, revelou que metade dos portugueses sente ansiedade quando pensa sobre as suas finanças pessoais.
De facto, o bem-estar financeiro tende a ser visto com um assunto delicado e até como um tabu, mas a verdade é que as preocupações financeiras têm uma influência direta no bem-estar global das pessoas.
Neste contexto, é evidente o papel determinante que as entidades empregadoras têm no bem-estar financeiro dos colaboradores. Esse papel não envolve apenas a remuneração, mas também outros benefícios que podem maximizar a saúde financeira, como:
- Benefícios extrassalariais em áreas essenciais que representam uma grande fatia do orçamento familiar (alimentação, saúde, infância, educação e formação, entre outras);
- Seguro de saúde e outros seguros;
- Transportes (por exemplo, através do apoio ao pagamento do passe social);
- Parcerias e descontos no acesso a produtos e serviços (por exemplo, ginásios, telecomunicações, energia, mobilidade, entre outros);
- Outros benefícios.
Adicionalmente, as empresas devem disponibilizar recursos na área da literacia financeira, que ajudem os colaboradores a compreender a sua relação com o dinheiro e que sejam uma base de conhecimento relevante sobre temas como a poupança e o investimento.
4 – Bem-estar social
O bem-estar social refere-se à capacidade de construir e manter relações positivas, saudáveis e significativas dentro de uma determinada comunidade.
No contexto laboral, este é também um tópico muito importante e, ao mesmo tempo, desafiante, em particular em empresas com regimes de trabalho híbridos ou remotos. Com as pessoas fisicamente mais distantes, a dificuldade de fomentar o bem-estar social pode ser acrescida. Porém, promover o bem-estar social é crucial para manter os colaboradores envolvidos, satisfeitos e motivados com o seu trabalho.
As organizações devem repensar e reinventar os seus locais de trabalho – quer sejam presenciais ou virtuais – para potenciar a criação de relações positivas entre as pessoas e entre as equipas, contribuindo assim para consolidar o seu sentimento de pertença.
Isso deve passar por:
- Criar oportunidades e momentos para que as pessoas se conectem de forma mais informal, descontraída e divertida;
- Dinamizar eventos e atividades sociais, tanto das próprias equipas como entre diferentes equipas;
- Formar os líderes e gestores para que o ambiente de trabalho e a cultura organizacional assegure a conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Em suma, estes quatro pilares do bem-estar dos colaboradores estão interligados entre si e desempenham um papel crucial no sucesso organizacional.
As organizações devem tê-los em consideração de forma holística, para desenharem uma estratégia de bem-estar sólida, relevante e sustentável, que coloque o bem-estar das pessoas em primeiro lugar de forma genuína.