Saúde mental dos colaboradores
Recursos Humanos

5 Formas de suportar a saúde mental dos colaboradores

9 de Outubro, 2025

No dia 10 de outubro assinala-se, anualmente, o Dia Mundial da Saúde Mental. Esta data recorda-nos a importância de cuidarmos da nossa saúde mental, que se assume como um dos pilares que suportam o nosso bem-estar de forma mais ampla.

Neste contexto, as organizações têm um papel fundamental e que não pode ser ignorado. Não se trata apenas de uma questão de responsabilidade social, mas algo que deve ser intrínseco à própria cultural organizacional: olhar para a saúde e bem-estar dos colaboradores como uma preocupação central na estratégia das empresas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as entidades empregadoras devem atuar em quatro frentes:

  • Prevenir riscos laborais que possam afetar a saúde mental dos colaboradores;
  • Proteger e promover o bem-estar psicológico no trabalho;
  • Apoiar os colaboradores com condições de saúde mental, garantindo a sua inclusão, envolvimento e crescimento;
  • Criar ambientes propícios à mudança.

Estas recomendações não são apenas boas práticas, mas sim exigências num mercado de trabalho que reconhece que o desempenho sustentável e o sucesso organizacional dependem, evidentemente, da saúde integral das suas pessoas.

Descubra connosco cinco medidas concretas que as empresas podem implementar para apoiar a saúde mental dos seus colaboradores, com impacto real na sua satisfação, motivação e envolvimento.

Formas de apoiar a saúde mental dos colaboradores

1 – Garantir o acesso a recursos e cuidados de saúde mental

Vários estudos demonstram que o tratamento adequado de condições como a ansiedade ou a depressão resulta em melhorias significativas na qualidade de vida das pessoas e, por conseguinte, no seu desempenho profissional e produtividade.

No entanto, muitas pessoas enfrentam barreiras – financeiras, logísticas ou culturais – no acesso a este tipo de apoio e a cuidados de saúde.

Como tal, as empresas devem assegurar que, por um lado, concedem benefícios de saúde e, por outro, que estes incluem coberturas adequadas para cuidados de saúde mental.

Além dos seguros e planos de saúde, benefícios como o Edenred Flexível podem representar uma ferramenta importante no apoio à saúde e bem-estar dos colaboradores. Este benefício extrassalarial pode ser usado em diversos hospitais e clínicas em todo o país.

Em paralelo, as empresas podem implementar medidas como a celebração de protocolos com clínicas e terapeutas ou a disponibilização de plataformas digitais, programas de apoio psicológico ou linhas de apoio anónimas.

2 – Formar as lideranças

Os líderes têm um impacto direto no bem-estar dos seus colaboradores. São eles que definem o tom da cultura organizacional e que, por lidarem diretamente com as pessoas, estão em posição de detetar eventuais sinais de alerta e de atuar como facilitadores no acesso ao apoio necessário.

Escuta ativa, empatia e inteligência emocional são algumas das competências que distinguem uma boa liderança e que são determinantes para criar ambientes de trabalho mais saudáveis.

As organizações devem assegurar que os profissionais em cargos de liderança e de gestão de pessoas têm condições para desenvolverem estas e outras competências. Em particular, os líderes devem ser sensibilizados para a importância de:

  • Reconhecer sinais de exaustão ou burnout;
  • Promover um ambiente de confiança e segurança;
  • Encaminhar os colaboradores para os recursos adequados;
  • Dar o exemplo, cuidando também da sua própria saúde mental.

3 – Promover o equilíbrio entre vida profissional, pessoal e familiar

A cultura do “sempre ligado” tem um impacto negativo comprovado na saúde mental dos trabalhadores. A ausência de fronteiras claras entre o trabalho e a vida pessoal, ou as dificuldades na conciliação entre estas duas esferas, podem conduzir a níveis elevados de stress, fadiga crónica e desmotivação.

Para contrariar esta tendência, as empresas devem adotar políticas que promovam o work-life balance, como:

  • Horários de trabalho flexíveis;
  • Possibilidade de regimes de trabalho remoto ou híbrido;
  • Incentivo à realização de pausas para almoço e intervalos regulares;
  • Respeito pelo tempo de descanso, evitando contactos fora do horário laboral ou durante as férias;
  • Desencorajamento de uma cultura de excesso de trabalho (a chamada cultura do “hustle”).

Estas práticas potenciam o bem-estar dos colaboradores, contribuindo para a retenção de talentos e para uma cultura organizacional mais positiva e sustentável.

4 – Ouvir os colaboradores e agir com base no feedback

Quando os colaboradores sentem que a sua voz é ouvida – e que as suas sugestões e opiniões são tidas em conta -, aumenta o seu envolvimento, confiança e sentimento de pertença.

As empresas devem criar canais regulares e acessíveis para recolher feedback, como:

  • Inquéritos anónimos de clima organizacional (eNPS);
  • Caixa de sugestões;
  • Reuniões abertas e sessões com diversas equipas.

Estas ferramentas permitem às empresas identificar fatores de stress, ambientes de trabalho tóxicos, barreiras ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, entre outros aspetos que exijam intervenção.

Mas ouvir não chega: é essencial agir. Depois de recolhidos os resultados, estes devem ser comunicados de forma transparente, assim como as ações implementadas ou a implementar com base nesse feedback.

Esta abordagem reforça a confiança e demonstra um compromisso genuíno com o bem-estar das pessoas.

5 – Construir uma cultura organizacional inclusiva

Por fim, apoiar a saúde mental implica criar uma cultura onde o bem-estar é valorizado, onde o preconceito – mesmo que inconsciente – é combatido e onde todos se sentem seguros para expressar a sua individualidade.

Isto passa por:

  • Fomentar conversas abertas e combater o estigma associado à doença mental;
  • Promover a diversidade e a inclusão em todas as suas dimensões;
  • Garantir equidade no acesso a oportunidades e benefícios;
  • Envolver a liderança de topo nas iniciativas de bem-estar.

Uma cultura organizacional saudável e que fomenta o bem-estar não se constrói apenas com políticas – constrói-se com comportamentos, ações exemplos e coerência.

E quando os colaboradores sentem que trabalham num ambiente seguro, inclusivo e respeitador, estão mais disponíveis para contribuir, inovar e crescer.

Leia também: Carewashing: O que é e quais as consequências para as empresas