Bem-estar dos colaboradores: 4 Prioridades para 2025
6 de Fevereiro, 2025
De acordo com o 2022-2023 Global Wellbeing Survey, desenvolvido pela AON em mais de 1100 países em todo o mundo, a principal preocupação identificada pelas empresas para os cinco anos seguintes prende-se com o bem-estar dos colaboradores.
O bem-estar em contexto laboral está relacionado com a forma como o local de trabalho, o ambiente de trabalho, as tarefas e as exigências profissionais, entre outros fatores, podem influenciar a saúde e a felicidade dos trabalhadores.
Uma melhoria do bem-estar dos colaboradores tem uma relação direta com a sua motivação e satisfação e, por conseguinte, com a produtividade e o sucesso global das organizações.
Porém, promover o bem-estar das pessoas pode ser desafiante e complexo, tendo em conta as múltiplas dimensões que o compõem. Descubra que dimensões são essas e quais os aspetos prioritários a endereçar na sua empresa neste ano de 2025.
Principais dimensões do bem-estar dos colaboradores
O bem-estar é visto como um conceito holístico e abrangente, alicerçado nas seguintes variáveis:
- Bem-estar emocional: está relacionado com a capacidade de gerir emoções, ou seja, as atitudes e reações dos colaboradores face ao seu trabalho diário, às mudanças e aos obstáculos que vão surgindo em contexto profissional.
- Bem-estar mental: refere-se à saúde mental, que envolve aspetos como a motivação, o foco e a concentração, a satisfação, o empenho, a capacidade de tomada de decisão, a realização profissional, entre outros.
- Bem-estar social: tem a ver com a capacidade de criar laços, de desenvolver relações interpessoais significativas, ligações profissionais saudáveis e um sentimento de pertença a um grupo.
- Bem-estar físico: envolve escolhas e hábitos de vida saudáveis (ao nível da alimentação, do sono, da atividade física) que permitem que as pessoas sejam funcionais e tenham energia.
- Bem-estar financeiro: diz respeito à segurança financeira e à capacidade de gerir as diferentes componentes da remuneração e benefícios extrassalariais enquanto se prepara o futuro.
- Bem-estar profissional: engloba aspetos como o desenvolvimento de competências e a progressão na carreira, o work-life balance e sentimentos de orgulho, realização e propósito.
Num cenário ideal, todas estas dimensões devem ser consideradas pelos líderes das organizações nas suas estratégias. No entanto, reconhecendo que pode ser difícil avançar em todas as frentes ao mesmo tempo – e de forma efetiva -, estes são os quatro eixos que a sua empresa não pode descurar em 2025.
1 – Papel central da saúde mental
A Organização Mundial de Saúde estima que, todos os anos, 12 mil milhões de dias de trabalho são perdidos devido a problemas relacionados com a saúde mental, como a ansiedade ou a depressão.
Neste sentido, as entidades empregadoras devem ser um agente ativo na promoção da saúde mental dos seus colaboradores e devem colocar este tópico no centro das suas estratégias de gestão de recursos humanos.
Em 2025, espera-se que as empresas integrem medidas de promoção da saúde mental na sua cultura organizacional forma intrínseca, proativa e preventiva (e não apenas de forma reativa a problemas já existentes). Algumas iniciativas concretas são, por exemplo:
- Formação dos líderes e gestores: para que estes consigam reconhecer e dar resposta aos sinais de problemas de saúde mental;
- Programas de saúde mental: iniciativas que contribuam para a literacia e conhecimento dos colaboradores sobre a saúde mental, sobre ferramentas para fomentá-la, e sobre a importância de eliminar o estigma que existe em torno do tema;
- Benefícios de saúde: como a disponibilização de um seguro de saúde que facilite o acesso a cuidados de saúde mental, acesso a plataformas e profissionais da área da psicologia e psicoterapia, dias dedicados ao bem-estar formalmente integrados nas políticas de férias da empresa, entre outros.
2 – Importância da prevenção do burnout
Em 2021, Portugal foi considerado, entre 26 países europeus analisados, aquele que apresentava um maior risco de burnout. Como tal, as empresas precisam de desenvolver estratégias sólidas de prevenção e combate ao burnout, que mitiguem os riscos psicossociais associados ao trabalho.
Para isso, é necessário considerar os fatores individuais e os fatores organizacionais que podem favorecer o surgimento do burnout e procurar:
- Criar ambientes de trabalho mais saudáveis e inclusivos;
- Promover uma gestão eficaz das cargas de trabalho para evitar o stress e excesso de trabalho;
- Moldar locais de trabalho flexíveis que propiciem o equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar;
- Assegurar segurança psicológica e um ambiente no qual as pessoas estejam livres de pressão, violência ou assédio.
3 – Suporte ao trabalho híbrido e remoto
O teletrabalho explodiu durante a pandemia e, hoje em dia, muitos trabalhadores já não dispensam o regime de trabalho remoto ou híbrido. À medida que esta vai sendo a realidade para muitas organizações, é fundamental garantir que estes regimes de trabalho estão a potenciar o bem-estar dos colaboradores.
Para que isso aconteça, é necessário:
- Desenvolver uma estratégia robusta que permita envolver e motivar as pessoas à distância;
- Proporcionar todas as condições e equipamentos para que os colaboradores consigam desempenhar o seu trabalho;
- Disponibilizar plataformas online e o acesso a serviços virtuais como programas de saúde bem-estar, sessões de terapia, workshops, cursos e formações, entre outros.
4 – Foco no bem-estar financeiro
É preciso não esquecer que aspetos como a inflação ou as taxas de juro dos créditos habitação continuam a ter um impacto significativo na gestão do orçamento mensal de muitas famílias.
As empresas precisam de conhecer a realidade dos seus colaboradores, de recolher informação sobre as suas necessidades e expetativas, e de analisar esses dados para poderem montar políticas remuneratórias e de benefícios extrassalariais com relevância e valor acrescentado para as pessoas.
Com uma perspetiva clara do que é que os colaboradores valorizam, as organizações podem conceder benefícios que se adaptam às diferentes necessidades, interesses e fases de vida. Desta forma, podem ajudar a mitigar o stress financeiro associado a áreas específicas, como a alimentação, a saúde ou a educação, por exemplo.