O que os profissionais vão esperar das empresas em 2024
Recursos Humanos

O que é que os profissionais vão esperar das empresas em 2024?

6 de Dezembro, 2023

Aspetos como a pandemia, o contexto socioeconómico e a entrada de novas gerações de trabalhadores no mercado de trabalho têm contribuído, nos últimos anos, para uma mudança nas expetativas dos profissionais em relação às empresas.

Estima-se que a Geração Z poderá representar, em 2025, 27% da força de trabalho nos países da OCDE e as pessoas que a compõem – nascidas entre 1997 e 2010 – têm mais expetativas do que nunca relativamente às empresas e ao seu trabalho.

Além disso, a tendência das baixas taxas de desemprego e a escassez de talento permitem que os profissionais tenham maior autoridade e capacidade de influência para transmitir e reclamar os seus interesses.

Por essa razão, é fundamental que as empresas se informem sobre aquilo que os seus colaboradores e potenciais candidatos valorizam e estejam a par das tendências para conseguirem atrair e reter o seu capital humano.

Descubra 5 aspetos que os profissionais vão esperar das empresas em 2024.

1 – Preocupações com a saúde e bem-estar

De acordo com a Gartner, as empresas têm ainda um caminho a percorrer no sentido de olhar para os colaboradores como pessoas e não apenas como trabalhadores. Isso implica reconhecer, por um lado, que o trabalho é apenas uma parte da vida das pessoas e, por outro, que este deve contribuir para a sua qualidade de vida – e não o oposto.

Neste sentido, é fundamental:

  • Não comprometer e encorajar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
  • Construir uma cultura organizacional inclusiva e um local de trabalho agradável, sem traços tóxicos;
  • Assegurar o acesso a cuidados de saúde (por exemplo, através da disponibilização de um seguro de saúde ou de benefícios de apoio às despesas de saúde);
  • Promover e facilitar a prática regular de atividade física;
  • Ter atenção ao número tendencialmente crescente de casos de burnout e fornecer apoio à saúde mental.

Investir na saúde e bem-estar dos colaboradores tem impacto direto na redução do absentismo e no aumento da sua satisfação, motivação e produtividade. Em última instância, contribui para o seu envolvimento com a organização e retenção.

Leia também: Ideias para ajudar os colaboradores a ter um estilo de vida mais saudável

2 – Salários justos e competitivos

O estudo “A Retenção de Talentos na Era Digital”, da Factorial, revela que mais de metade dos portugueses destacam os salários competitivos e justos como a principal ação que as organizações podem levar a cabo para fidelizar talentos.  

Embora os profissionais valorizem outros aspetos que vão além do seu salário, a verdade é que a remuneração é algo que não pode ser menosprezado. Em 2024, uma boa componente salarial será, inegavelmente, algo que os trabalhadores vão esperar das suas entidades empregadoras.

Isto é ainda mais compreensível tendo em conta o contexto de inflação que temos vivido no último ano, com o aumento do custo de vida a ter um forte impacto no orçamento das famílias.

3 – Benefícios extrassalariais

Atenuar o impacto da inflação também pode ser feito por meio da atribuição de benefícios extrassalariais, uma vez que alguns destes benefícios permitem aumentar a liquidez sem agravar a carga fiscal da empresa.

Os benefícios complementares ao salário são cada vez mais valorizados pelos colaboradores e é previsível que continuem a ser no próximo ano – tanto mais quanto mais flexíveis forem.

Os benefícios concedidos pelas empresas devem adaptar-se às necessidades, interesses e fases de vida dos colaboradores:

  • Benefícios de apoio à infância são muito úteis no caso de colaboradores com filhos pequenos, que têm despesas com creches, berçários, infantários e similares;
  • Benefícios de apoio à educação para colaboradores com filhos ou dependentes em idade escolar, que ajudam a suportar despesas com escolas, livros e manuais, material escolar, etc.
  • Benefícios que apoiem a formação profissional e o desenvolvimento de competências dos próprios colaboradores, podendo ser utilizados em universidades, escolas de línguas, centros de formação, etc.
  • Benefícios de apoio a despesas de saúde e apoio social, que os profissionais possam utilizar em hospitais e clínicas, óticas, lares de idosos, entre outros serviços.

Questione os seus colaboradores sobre as suas necessidades e sobre os benefícios mais valorizados, de maneira a que a sua implementação seja realmente útil.

4 – Modelos de trabalho flexíveis

Os modelos de trabalho flexíveis vão continuar a ser privilegiados pelos profissionais, em particular o regime híbrido (alguns dias a trabalhar em casa e outros dias no local de trabalho).

De acordo com um estudo da Qualtrics, desenvolvido em 32 países, o trabalho híbrido será um aspeto muito importante no envolvimento dos colaboradores em 2024. Por sua vez, o estudo da Deloitte “Gen Z and Millenial Survey 2023” concluiu que mais de metade dos inquiridos, que integram estas duas gerações, preferem o trabalho híbrido por considerarem que este é positivo para a sua saúde mental.

Neste momento, o modelo de trabalho híbrido é o mais popular no mercado de trabalho português e a preferência generalizada por esta opção irá prevalecer no próximo ano.

5 – Investimento no desenvolvimento de competências

As pessoas gostam de sentir que as organizações investem nelas, na sua formação e no seu crescimento. Esse investimento é um sinal de reconhecimento e capacitação.

Segundo o estudo GoodHabitz “O atual estado do Desenvolvimento Pessoal nas Organizações”,  84% dos colaboradores consideram o seu desenvolvimento pessoal importante e 4 em cada 5 acreditam que é fundamental haver esse investimento por parte das entidades empregadoras.

Em 2024, procure desenhar na sua empresa um programa sólido de progressão na carreira e forneça oportunidades de formação profissional e desenvolvimento de competências. Os resultados serão positivos ao nível da performance e da produtividade, mas igualmente ao nível da satisfação e envolvimento dos colaboradores.


À medida que o mercado de trabalho vai evoluindo, as preocupações dos líderes e gestores não deve ser apenas como fazer os seus negócios crescer, mas também como fazer com que as suas pessoas se sintam ouvidas, valorizadas, reconhecidas e envolvidas.